Promessas e mais promessas. Isso
é o que marca o período eleitoral, em que a população se prepara para escolher,
como será nas próximas eleições do dia 7 de outubro, por exemplo, seus
representantes municipais. Com uma tarefa importante nas mãos, nada melhor do
que os cristãos se interarem também dos assuntos políticos, buscando formação e
informação para um voto consciente.
E para quem pensa que o papel do
leigo católico é passivo, restringindo-se a fazer uma escolha entre as opções
oferecidas, padre José Ernanne Pinheiro diz o contrário. Ele é diretor
executivo do Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara (CEFEP) e destacou
a possibilidade dos leigos serem também candidatos, assumindo sua missão de
transformação da sociedade.
“Não só podem (ser candidato),
mas devem. No nosso Centro de Fé e Política, na nossa 4ª turma agora nós temos
vários candidatos a vereador e a prefeito, porque nós estamos exatamente
formando cristãos para assumir uma política com critérios éticos”, disse.
Ele informou que o CEFEP preparou
uma cartilha, intitulada "Eleições municipais 2012: cidadania para a
democracia", em que se insiste que as eleições municipais são uma grande
oportunidade dos cristãos atuarem com dignidade.
“Porque estão (os cristãos) mais
próximos dos candidatos, então têm mais possibilidades de fazer chegar as suas
opções, a defesa dos seus projetos, tendo consciência, do que nos dizia Paulo
VI, de que a política é uma forma sublime de exercício da caridade”.
política x Política
Ainda falando sobre a importância
dos cristãos se interessarem por assunto políticos, padre José Ernanne destacou
uma distinção feita no "Documento de Puebla" (fruto da 3ª Conferência
Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe - CELAM - em 1979) , uma
observação importante que poderia passar despercebida.
“O documento de Puebla nos traz
uma distinção importante: Política, com “p” maiúsculo, e política, com “p”
minúsculo. Não quer dizer que uma é melhor do que a outra, mas se complementam.
Política, com “p” maiúsculo, é a perspectiva do bem comum, da sociedade digna
para a pessoa humana. A política, com “p” minúsculo seriam os partidos políticos.
A posição nossa enquanto cristãos é na perspectiva do bem comum, de trazer
valores para a sociedade”.
E para exercer esse papel de
atuar buscando o bem comum, o padre revelou que a cartilha elaborada pelo CEFEP
para as eleições segue o método “ver, julgar e agir” e no “agir”, foram
elencados alguns critérios básicos.
“Quando se apresenta esse
critério do ‘agir’, naturalmente é para fazer brotar todas as questões
fundamentais. Essa cartilha que nós estamos divulgando tem feito muito bem,
porque realmente parte da necessidade de criarmos um Estado mais digno para os
brasileiros, depois fundamenta isso na Palavra de Deus e apresenta a proposta
do agir”
Política e Doutrina Social da
Igreja
Padre Ernanne destacou que os
valores pertencentes ao Reino de Deus, como a verdade, a justiça, o bem comum e
a fraternidade, devem ser buscados. Ele informou que o documento de preparação
para o Sínodo traz uma frase que lhe chamou a atenção, dizendo que não é
possível distinguir entre o espiritual, o temporal e o material porque Cristo
veio salvar o mundo todo, Cristo é a unidade, Ele nos ama na unidade.
“Então me parece que a questão da
Doutrina Social da Igreja são luzes, é essencial na missão, instrumento
missionário para realmente construir essa nova sociedade e essa nova pessoa
humana com que todos nós sonhamos para que concretizemos a aliança de Deus com
a humanidade que é chamada ‘as bem aventuranças".
Notícia publicada em 30.08.12 no site Canção Nova Notícias
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